Quatro anos antes a China tinha-se aliado à Rússia no contexto da Guerra Fria, tendo igualmente participado na guerra da Coreia em favor da Coreia do Norte e na do Vietname contra França. Contudo, as cordiais relações com a Rússia, que valeram à China a posse de tecnologia nuclear, regrediram assim que Mao Zedong percebeu que os soviéticos temiam a força que uma potência como a chinesa poderia alcançar. De facto, o "Grande Salto em Frente" de 1956 procurou tornar a China uma das potências mundiais, estipulando grandes objetivos de produção e investindo no fabrico de aço. Contudo, grassou a fome por diversas vezes na China, na sequência dos problemas causados pelo "Grande Salto em Frente" e do clima adverso.
Censurados estes problemas pela Rússia e criticando, por sua vez, aquilo que achava ser permissividade, como a desestalinização, Mao Zedong cessou o contacto com os soviéticos entre 1960 e 1962, lutando ativamente contra o socioimperialismo da URSS, o revisionismo (que tentava apoderar-se do Partido Comunista para o transformar num órgão fascista ao serviço da burguesia, com figuras proeminentes como Thorez, Khroutchev e Togliatti) e o imperialismo da América do Norte. Paradoxalmente, em 1972 recebeu o presidente americano Richard Nixon, na sequência dos combates contra a Rússia de 1969, no rio Ussuri. Assim se tornou a China membro do Conselho de Segurança da ONU, antes da morte de Mao Zedong, em 1976. Em 1978, contudo, a conceção do chamado maoismo mudou drasticamente, com as reformas de Deng Xiaoping.
O maoismo caracterizou-se pela sua tendência marxista-leninista, considerando que a estrutura tradicional da sociedade provocava um elevado nível de pobreza e desigualdade social e recomendando uma constante análise das contradições na cultura, na sociedade e mesmo no seio do Partido Comunista. Assim, o maoísmo, considerado uma vertente fundamentalista do leninismo, preconizava a distribuição equitativa de bens e contrariava a ambição pessoal, considerando que mesmo durante o período socialista existiu ainda luta inter-classes. Tal conceito levou à Reforma Agrária de 1950, em que os grandes latifundiários foram expropriados para se proceder a um justa distribuição de terras, criando-se um cenário em que foi permitido aos que até à data tinham sido oprimidos exercerem vingança sobre os mais favorecidos (sendo o mais comum o envio destes últimos para os laogai, campos de trabalho).
Os primórdios da Revolução Cultural (estribada num dos preceitos maoistas, em que qualquer revolução deveria adequar-se à realidade concreta do país em questão), que se começaram a fazer sentir em 1965, inauguraram um negro período na história da China, sendo que os jovens Guardas Vermelhos assumiram um radicalismo da doutrina maoista desrespeitando tudo aquilo que tinha até então formado durante milénios a China, desde a estima devida à idade às artes tradicionais, com o intuito de acelerar a construção da sociedade comunista. Uma das mais dinâmicas ativistas foi a própria mulher de Mao, Jiang Ching, que governou nos últimos anos de vida do marido. Contudo, após a morte do chamado Grande Timoneiro, esta revolução foi condenada.
Deve-se ainda referir que no mundo ocidental, em países como Bélgica, Noruega, Grécia, França, Itália, Espanha, Portugal (através da UDP, por exemplo), Alemanha e alguns dos ditos menos desenvolvidos de outros continentes, como o Peru (guerrilha maoísta do Sendero Luminoso), entre outros, houve tentativas de implantação da doutrina maoísta. Na Albânia, por exemplo, o regime de Enver Hoxha foi todo ele maoista, tendo o país servido como centro de formação de células maoístas, como por exemplo da UDP portuguesa.
A Revolução de 1948
Revolução de 1949 que deu origem a República Popular da China foi um processo social de longa duração, isto é, levou décadas para maturar e reunir as condições necessárias que permitiram aos comunistas chineses tomarem o poder e transformarem a China num país socialista.
Podemos dividir o processo revolucionário chinês em três etapas:
1) A primeira, associada à organização da guerrilha rural, entre 1930 a 1935.
2) A segunda, relacionada à participação e aliança dos comunistas revolucionários em aliança com os nacionalistas chineses na resistência nacional ao Japão, entre 1937 a 1945.
3) A terceira vinculada à radicalização da luta armada que provocou uma guerra civil e posterior conquista do poder pelos revolucionários comunistas, entre 1945 a 1949.
Violência revolucionária A estrutura fundiária da China bloqueava completamente qualquer tentativa de organização autônoma do campesinato. Os proprietários de terra organizaram milícias que reprimiam permanentemente as revoltas camponesas.
Por outro lado, o poder de âmbito local (ao nível da aldeia) e regional (ao nível da província) era monopolizado pelos senhores rurais por meio de relações clientelistas que impediam a participação democrática do campesinato.
Com base na avaliação dos líderes comunistas, o processo revolucionário chinês só poderia se concretizar mediante a luta armada. O Partido Comunista Chinês (PCCh), fundado em 1921, organizou e liderou a guerrilha rural arregimentando camponeses.
Progressivamente, o Partido avançou na tarefa de conscientização gradual das massas camponesas de modo a formar as bases do "exército vermelho" que, nas décadas seguintes desempenharia papel central na vitória dos revolucionários comunistas.
Maoísmo à brasileira O maoísmo influenciou vários movimentos de esquerda revolucionários que surgiram na América Latina . No Brasil, por exemplo, dissidentes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) fundaram o Partido Comunista do Brasil (PC do B). O PC do B foi a organização partidária mais representativa das ideias maoístas no Brasil.
Durante a ditadura militar (1964-1985), enquanto a maioria das organizações e partidos de esquerda clandestinos organizou guerrilhas urbanas, o PC do B organizou a única guerrilha rural, a Guerrilha do Araguaia.
A Guerrilha do Araguaia surgiu em 1974, numa época em que praticamente as guerrilhas urbanas tinham sido derrotadas pelas forças repressivas da ditadura militar. Os guerrilheiros do PC do B tiveram o mesmo destino. A Guerrilha do Araguaia chegou ao fim dois anos depois, em 1976.
Maoísmo - Mao Tsé Tung - Ensaio filosófico
MAOÍSMO – MAO TSÉ TUNG – a Doutrina que contém o Pensamento Político de Mao Tsé Tung (1893/1976), o líder máximo da Revolução Chinesa que implantou o Comunismo no País em substituição à Monarquia derrubada. Também conhecida por “Marxismo-Leninismo-Maoísmo”, é uma Corrente de Filosofia Política que se baseia no ideário de KARL MARX (1818/1883, Alemanha), adaptado para as condições chinesas. Atualmente é a Doutrina Oficial do PC (Partido Comunista) Chinês, mas esse título é apenas simbólico, pois desde 1978, com as Reformas de cunho Capitalistas implantadas por Deng Xiao Ping, os dogmas da Doutrina deixaram de existir ou foram adaptados à nova situação. Talvez ainda represente o aspecto Político do Regime que conserva algumas características do Comunismo, ao contrário do lado Econômico que assumiu seu viés Capitalista em definitivo.
O Maoísmo diferencia-se do “Leninismo” por privilegiar o “Voluntarismo” em detrimento das “Condições Objetivas”. Ou seja, as “Condições Materiais (ou objetivas)” em que vive a Sociedade NÃO serão tão importantes se as “Condições Subjetivas (pessoais, individuais)” fizerem prevalecer a “Vontade de se rebelar”. Uma vez que o Povo demonstre ter a “Vontade” de fazer a Revolução Comunista, a conjunção dos fatores concretos (como, por exemplo: a inexistência de Florestas, ou Montanhas, ambientes propícios para a luta de guerrilhas, operários politizados, estudantes participativos etc.) deixa de ser decisiva ou impeditiva.
Recordemos que para Marx seria necessário o esgotamento do Sistema Capitalista para que o Comunismo fosse implantado. Para Trotsky, era necessário que o desenvolvimento de uma área compensasse o atraso de outra (por exemplo: operários educados e politizados compensariam os Camponeses analfabetos e desmobilizados); para Lênin, o indispensável seria a existência efetiva do Espírito Revolucionário em cada individuo, a existência de uma Doutrina como diretriz para o movimento, a Liderança do Partido para guiar a conjunção de Operários e Camponeses etc. Para Mao Tsé Tung, nada disso importava desde que houvesse a “Vontade” de fazer a Revolução. E exatamente por isso, a Revolução poderia acontecer em qualquer lugar. Usando a insurreição armada seria possível tomar o Poder em todas as Nações, independentes de serem agrárias ou industrializadas. Avançadas ou atrasadas, etc.
Essa importância dada ao “Voluntarismo*” levou o Maoísmo a ser considerado mais violento que outras tendências revolucionárias, pois o exercício da Vontade sugeriria que as armas seriam inevitáveis. Contudo, observando-se com mais atenção, verifica-se que o Maoísmo não foi, e não é mais adepto da violência do que foram as outras tendências. Na realidade, a violência foi empregada em todas as Revoluções tomadas de Poder.
Ademais, se a noção de violência (guerra civil, atentados, etc.) está fortemente vinculada à Revolução Comunista na Prática e à Teoria de Marx e Engels (como bem demonstrou Lênin em seu livro “O Estado e a Revolução”, ou em “A Revolução Proletária e o Renegado Kaustsky”) é importante lembrarmos que a mesma não é uma característica do Comunismo, pois a mesma também foi amplamente usada por Regimes de Direita, como o Fascismo, o Nazismo, ou as Ditaduras Militares que assombraram a América do Sul, Portugal e Espanha.
Na verdade, em certos pontos, a Revolução Chinesa foi menos violenta que a russa. O destino dado aos respectivos imperadores que antecederam os Movimentos é um bom exemplo dessa redução. Se na União Soviética o destino do Czar e de sua família foi o pelotão de fuzilamento; na China, o Imperador foi preso e “reeducado”, terminando seus dias como cicerone do Palácio que antes habitava. É verdade que para muitos, foi um destino mais trágico que o dado ao russo; pois, além da questão pessoal, a sua humilhação servia aos propósitos dos novos governantes em criar “exemplos”. Mas essa é uma discussão estéril porque envolve questões de foro intimo, e aqui não será mais aludida. Quanto à “Terrível e medonha Revolução Cultural” que deu Poder de Policia e de Justiça aos jovens adolescentes do Exército para que “limpassem” a Sociedade Chinesa das antigas superstições e idéias (o que realmente causou grandes sofrimentos para professores, intelectuais e diversos outros membros da Sociedade), contrapõem-se os expurgos promovidos por Stalin na União Soviética; ou, o horror do Regime de “Apartheid” imposto pela “Direita” na África do Sul. Toda violência é abjeta e fruto da ignorância humana, mas ela existe. Não se pode negar, mas é um erro culpar os “diferentes” por erros que todos cometem.
A seguir traçaremos uma breve exposição sobre as características do Maoísmo enquanto Sistema Filosófico e Político:
1. A Filosofia Maoísta nutre a idéia de que a tomada violenta do Poder pode ser iniciada pelos Camponeses que deflagrarão a guerra-civil e a estenderão até o cerco às cidades e à tomada do Governo. Não haveria, portanto, a obrigatoriedade de seguir o modelo russo cuja Revolução partiu do Operariado Urbano e não do Campo. “LINHA de MASSAS” é o nome dado ao pretendido apoio maciço da “Massa Humana” à Revolução.
2. Lênin julgava que tal apoio não era necessário, tampouco possível, para o êxito da Revolução. Apostava que o próprio triunfo revolucionário se encarregaria de fazer novos adeptos. Propostas Populares (ou Populistas, para os inimigos) seduziriam até os mais recalcitrantes, pois a concretização da Reforma Agrária, do Investimento em Moradias Populares, em subsídios para os Alimentos seriam medidas irrecusáveis por todos que sonhavam com melhores condições de vida.
3. Para Mao Tsé Tung existia, sim, a necessidade imperiosa de se contar com o apoio total e permanente dos operários, estudantes e camponeses, para que a vitoria fosse alcançada. Pregava que tal apoio fosse o resultado da perfeita comunhão de interesses do Partido e do Proletariado e, para a maioria dos eruditos, foi esse ponto que levou o Maoísmo a ser a doutrina modelo que foi seguida por inúmeras “guerras populares”. Ou pelas “guerras-civis”, conforme os historiadores; ou pelas “guerras-terroristas” segundo a Burguesia de Direita. Mas independente do titulo que tomou, tais guerras eclodiram na Ásia (Vietnã, Laos, Camboja), na África e na América do Sul, especialmente através do chamado “Sendero Luminoso” no Peru; e, para alguns, através das FARCs, na Colômbia. Além de servirem como Teoria para a prática de vários grupos que pretenderam derrubar as Tiranias Latinas, através das "Luta Armada", no Brasil, no Chile, na Argentina e no Uruguai.
4. A chamada “LINHA de MASSAS” deu ao Maoísmo uma natureza (ou, um jeito de ser) diferente, pois, do Bolchevismo doutras experiências Socialistas que ocorreram na Europa. Além da diferença fundamental que já expusemos, sobre a necessidade ou não do apoio total da população, outras diferenças de modos e de atitudes puderam ser observadas. Podem ser citadas, por exemplo, o destino dado aos dissidentes, ou “Inimigos da Revolução ou do Povo”. Enquanto na União Soviética a KGB (policia secreta) seqüestrava e executava os dissidentes na calada da noite; na China, os mesmos eram submetidos a “Julgamentos” populares que, obviamente, nada tinham de justos. Serviam apenas de modo didático, mandando aos pretendentes à dissidência o retrato do que lhes aguardava. Era um sonoro e intimidador alerta aos que ousassem discordar da “Verdade”, ou da “Vontade do Povo”.
Novamente será oportuno rememorarmos que a execução de dissidentes não é uma característica exclusiva do Comunismo. Infelizmente é uma prática adotada por todos os Regimes, como, por exemplo, aconteceu no Brasil, na Argentina, no Uruguai e no Chile, aonde os Ditadores da Direita chegaram a formalizar um acordo – "Operação Condor" – para maximizar os “procedimentos”, ou seja, os assassinatos. Outras diferenças poderiam ser apontadas, mas seria inútil, pois as que já foram citadas são suficientes para caracterizar as Revoluções em suas diversas formas.
No Ocidente existem poucos teóricos do Maoísmo. Pode ser citado o francês CHARLES BETTELHEIM que influenciou o movimento estudantil e operário na França de 1968. Época, aliás, em que o famoso “Livro Vermelho (1)” de Mao Tsé Tung era brandido por jovens como provocação e revolta contra o Sistema. Outro a ser citado é o norte americano BOB AVAKIAN, presidente do “Partido Comunista Revolucionário dos EUA”, que na atualidade tem assumido uma relevante posição devido à sua produção teórica sobre o Regime Maoísta.
As modernas bases teóricas, além das de AVAKIAN, foram e são estabelecidas pelo “Movimento Revolucionário Internacionalista” – MRI – que é visto como a semente de uma futura “Internacional Maoísta”. Entre os Partidos e Organizações que formam o MRI destacam-se o Partido Comunista do Peru (ou Sendero Luminoso); o Partido Comunista do Nepal e o Partido Comunista Maoísta – MKP – da Turquia e do Curdistão do Norte. Todos eles envolvidos em “Guerras Populares” nos seus respectivos Países e nas zonas que já estão sob seu controle. Outros membros importantes são: o “Partido Comunista Revolucionário dos EUA”; o Partido Comunista do Irã – MLM – e o Partido Comunista do Afeganistão. Dos grandes Partidos Maoístas só o Partido Comunista das Filipinas e o seu braço armado, o “Novo Exército Popular”, em combate desde 1968, não integram o Movimento Revolucionário Internacionalista.
Para Beth. Saudades, guerreira.
1- LIVRO VERMELHO – livro em formato “Pocket”, de capa vermelha, que continha o Pensamento de Mao Tsé Tung. Era utilizado como “manual de comportamento” na China revolucionária e como Cartilha didática de uso obrigatório. Foi o que norteou a “Revolução Cultural”, quando jovens incitados por Mao Tsé Tung pretenderam romper com todas as tradições e com a própria Cultura Milenar. Foi uma das piores fases do Regime, pois não se poupou os Sábios, os Intelectuais e qualquer outro cidadão que ventilasse a mínima discordância ao Regime.
Embora proibido no Ocidente (ou talvez por isso) o Livro tornou-se um “Objeto de Desejo” da juventude que fazia a “Contra-Cultura”; isto é, a substituição dos velhos conceitos pelos novos valores, inspirados na Teoria da “Paz e do Amor”, na Libertação Feminina, no inicio da Conscientização Ecológica etc. E tudo isso permeado pela busca de novos modelos Econômicos e Políticos que pudessem trazer mais justiça aos cidadãos do Mundo.
A China e o Maio de 68
Mao Tsé-tung (1893-1976) tem sido indiretamente evocado pelos 40 anos do Maio de 1968. Parte dos dirigentes do movimento estudantil francês era na época maoísta. Mas havia diferenças importantes entre a China de Mao e a percepção do maoísmo no Ocidente.
Em 1968 a China estava em plena Revolução Cultural, desencadeada por Mao e por Lin Piao para neutralizar os dirigentes que os criticavam pelo desastre humanitário e econômico da política do Grande Salto Adiante (1958-1961), quando até 20 milhões de chineses podem ter morrido de fome, em razão da desorganização econômica provocada pela industrialização forçada e pela implantação de milhares de pequenas siderurgias no campo.
A Revolução Cultural trazia o apelo de Mao para que os Guardas Vermelhos (jovens estudantes e camponeses) derrubassem a hierarquia tradicional do Partido Comunista e interviessem nas universidades, estatais e unidades agrícolas.
Novo desastre. Foram mortos 38 mil dissidentes (o número é oficial), e o caos na produção agrícola matou por desnutrição outros 3 milhões, segundo estimativas conservadoras.
A versão edulcorada da Revolução Cultural nos movimentos estudantis europeus e latino-americanos insistia na destruição das velhas estruturas burocráticas para a construção, sobre seus escombros, de uma espécie de socialismo libertário, afastado do amarradíssimo e opressivo modelo soviético.
É claro que não era bem essa a história. Os partidos maoístas da esquerda que partiram para a luta armada (caso do PC do B, no Brasil) foram ao menos mais coerentes. Lutavam por uma versão chinesa da ditadura do proletariado, modelo essencialmente liberticida e oposto ao romantismo da "imaginação no poder" ou do "sejamos realistas: peçamos o impossível", slogans charmosos dos estudantes da França.
No início dos anos 60 Mao se afastou da União Soviética, qualificada de "revisionista" (volta sutil ao capitalismo). A China desencadeou discussões que provocaram a cisão de dezenas de partidos comunistas. Mas os maoístas passaram a se organizar como grupos bem minoritários. As exceções à regra foram, na Europa, apenas a Bélgica e a Albânia e, na Ásia, os partidos do Japão, Indonésia, Índia, Malásia, Tailândia, Birmânia e até Nova Zelândia.
Com a morte de Mao, a China -já aliada dos americanos para neutralizar o peso de Moscou- inicia o primeiro ciclo de reformas econômicas sob a direção de Deng Xiaoping. Abandona a ortodoxia e deixa os maoístas estrangeiros na orfandade. Por uns tempos eles recorreram à pequena Albânia, até que o ditador Enver Hoxha morresse, em 1985, e se iniciasse o processo que terminou em 1991 com a adoção da democracia.
A rigor, o maoísmo é hoje é hoje um extenso cemitério de siglas partidárias. Só na França, a partir da Esquerda Proletária, dos anos 60, proliferaram e depois morreram 15 pequenas organizações, a última delas em 1985. Subsistiu uma entidade chamada Institut d'Études Levinassiennes (a partir do nome de Benny Lévy, que morreu em 2003). Outros partidos comunistas, como o belga de língua flamenga, têm no maoísmo apenas uma referência histórica, mas não mais um modelo de organização da sociedade ou de tomada do poder.
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ResponderExcluirRepleto de erro? Depende de que lado você está:
Excluira)Defendendo a Verdade.
b)Defendendo ideologias que só tem causado desastres onde são defendidas.